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Os soviéticos negros

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A fotografia acima é de propaganda da Universidade de Moscou em 1961. Enquanto no ocidente, especialmente nos Estados Unidos, os negros eram tratados como lixo, sem direitos civis, a União Soviética formava centenas de africanos e caribenhos todos os anos em suas universidades.

 

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os processos de descolonização na África subsaariana provocaram um movimento continental de aproximação à esquerda e ao socialismo, na medida em que as frentes de libertação nacional na África reconheciam o imperialismo ocidental como causa do colonialismo e do racismo. Na transição dos governos Stalin-Kruschev, em meados dos anos 50, o Kremlin estabeleceu 3 linhas prioritárias de ação no continente africano: Presença e cooperação, apoio no combate ao imperialismo e rejeição à influência da OTAN. Em 1962 seria incluída uma quarta clausula de disputa com a China socialista.

Nos países da África lusófona — Angola, Cabo Verde, Moçambique — é incontestável o apoio cubano como força determinante para a vitória sobre o colonialismo. Imediatamente após a revolução, Cuba enviou contingentes de médicos, professores e soldados para o continente africano ajudando a libertar muitos povos. Mas a União Soviética, embora não tenha contribuído militarmente na mesma proporção, ajudou a formar um enorme contingente de militantes e intelectuais que tornaram-se expoentes dos movimentos e partidos de libertação. Somente os estudantes oriundos da África lusófona perfaziam 5% do total de estrangeiros em território soviético nas turmas de 1964 e 65. Nos anos 70 esse contingente diminuiu cerca de 2%, com o surgimento de universidades africanas — muitas delas inauguradas com quase a totalidade do corpo docente formado por professores cubanos. Nos anos 80 o intercâmbio ganhou nova força, mas desta vez o maior contingente de africanos se formou na Alemanha Oriental. O governo socialista do Moçambique recebeu, em 1982, mais de 900 bachareis e especialistas nas mais diversas áreas que regressavam formados nas universidades para estrangeiros em Stassfurt, na parte socialista da Alemanha. O esforço era parte do projeto "Homem Novo" da Frente de Libertação de Moçambique.

Na história recente, enquanto muitos milhares de negros africanos, afro-caribenhos e afro-americanos eram massacrados no ocidente (inclusive sob regimes "democrático-liberais" que hoje em dia alguns elementos mal intencionados dos movimentos negros fazem questão de defender), em Cuba e na Europa oriental, graças aos esforços internacionalistas e antirracistas empreendidos por todos os socialistas do planeta, outros milhares tornaram-se médicos, educadores, técnicos e intelectuais gratuitamente. O socialismo e o comunismo jamais foram racistas.

por Victor Tufani

2 de agosto de 2020

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