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Mbaya-Guaicuru, o povo invencível

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Os Eyiguayeguis eram um povo nômade da América do Sul que se fixou na região do alto rio Paraguai e parte do pantanal brasileiro depois da chegada dos colonizadores europeus. Eles ficaram conhecidos pelo nome que os guaranis usavam pra chamá-los: Guaicuru, e, numa parte mais minoritária do território, Mbayá.

Os historiadores não sabem ao certo quando esse povo começou a criar cavalos vindos da Europa, mas estima-se que nos anos 1700 os guaicurus já criavam cerca de 8 mil cavalos. Tornaram-se exímios cavaleiros e conseguiram segurar seu território contra tentativas de invasão de portugueses, espanhóis, paraguaios e outros povos originários por 300 anos.

Com o enfrentamento dos bandeirantes, os guaicurus recuaram para a margem do rio Paraguai e se aliaram aos Paiaguás, que não eram cavaleiros, mas barqueiros: Viajavam com tremenda velocidade rio acima e usavam remos que eram adaptados em lanças. Os bandeirantes nunca conseguiram derrotar os indígenas na região, e em 1791 o governo português reconheceu a derrota e conseguiu que os Guaicurus assinassem um tratado de paz e cooperação. Mais tarde, muitos de seus guerreiros lutaram ao lado do Brasil na Guerra do Paraguai.

Os guaicurus foram responsáveis pela introdução da raça brasileira de cavalo que habita o pantanal matogrossense até hoje, o crioulo-pantaneiro, também conhecido como mimoseano e poconense. Ele é descendente direto dos cavalos bérberes que os guaicurus tomaram dos colonizadores espanhóis e que posteriormente foram cruzados com o andaluz e o célito lusitano. É um cavalo totalmente adaptado ao solo da região.

A gravura é de Debret, e representa os próprios Guaicurus. Flanqueando os grupos adversários, eles confundiam os inimigos que, do seu ponto de vista, não viam os cavaleiros, só os cavalos.

por Victor Tufani

24 de julho de 2020

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